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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mercado Público completa 141 anos neste domingo














O Mercado Público, que no próximo domingo, 3, completa 141 anos, foi inaugurado em 1869 e está encravado no centro e no coração dos gaúchos. Construído em estilo eclético, com forte influência neoclássica, o Mercado nem sempre foi como hoje se vê. No passar de seus 141 anos mudou com a cidade que crescia e também mudava. Viu guerras, depressões financeiras. No centro do fervilhante entroncamento entre a avenida Júlio de Castilhos e a avenida Borges de Medeiros e de frente para o Largo Glênio Peres, o Mercado viu grande parte da historia da cidade ser escrita.

Erguido no local de um antigo mercado, o atual Mercado Público teve sua pedra fundamental lançada em 29 de agosto de 1864, projeto do engenheiro Frederico Heydtmann, e sua inauguração ocorreu em 3 de outubro de 1869. A obra custou aos cofres públicos cerca de 246 contos de réis, valor elevado para a época. Durante a administração de José Montaury foi elaborado o projeto de ampliação, que visava a construção do segundo piso, com o objetivo de abrigar escritórios comerciais e repartições públicas. Ainda durante as obras, um grande incêndio destruiu todos os chalés que ocupavam a área interna. A reforma só foi encerrada no ano de 1913, com os chalés reconstruídos e a câmera frigorífica refeita em metal.

Antes de ser erguido o Muro da Mauá, há quarenta anos, o Mercado sofreu com as enchentes que elevavam o nível do Guaíba e invadiam o centro da cidade. A enchente mais marcante e mais destrutiva foi a de 1941, quando os níveis da água subiram 4,75 metros acima do normal, inundando todo o centro da cidade e causando danos e perdas ao Mercado Público. O prejuízo para a cidade ficou em torno de 50 milhões de dólares.

Na década de 1970 o mercado sofreu mais dois incêndios, o primeiro deles em 1976 e o seguinte em 1979. Ainda durante este período, na administração do prefeito Telmo Thompson Flores o Mercado correu o risco de ser demolido para a abertura de uma nova vida no centro da capital. O projeto foi arquivado após o clamor da população, que pedia para que o prédio fosse mantido.

Em 12 de dezembro de 1979, o Mercado foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre (Lei 4.317/77) e em 1990 foi iniciada uma força tarefa multidisciplinar para desenvolver um projeto de restauração, a maior já feita no Mercado Público. A reforma resgatou algumas das formas originais do prédio. As mudanças mais profundas feitas na estrutura foram a instalação de escadas rolantes, elevadores e a substituição da cobertura do prédio que recebeu uma estrutura mais moderna e que permite a passagem de luz. Os espaços antigamente utilizados para repartições públicas passaram a abrigar lojas, restaurantes e locais para desenvolvimento de atividades culturais.

Desde o final de sua reforma, em 1997, o Mercado voltou a firmar-se como um dos pontos mais conhecidos e populares de Porto Alegre, seja para compras, alimentação ou simplesmente para passeio. Contando sempre com feiras, exposições, prestação de serviço e comércio de iguarias, o Mercado Público chega a seus 141 anos pulsante entre as artérias centrais da capital gaúcha.

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