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sexta-feira, 10 de junho de 2011

O episódio da AGAPAN


Lamentável o episódio da AGAPAN, assim como lamentável a tentativa de tirar proveito político sobre o infausto da entidade. Reporto-me ao artigo do vereador Beto Moesch, no JC desta quinta-feira, 9. A questão ambiental é um tema dos mais importantes, sabe-se. A exploração dos recursos naturais de forma desmedida, os impactos ambientais da vida moderna, a forma como a nossa sociedade se constituiu e, sobretudo, como se desenvolveu no último século, contribuíram para trazer o nosso planeta ao limiar de sua capacidade. Isto todos sabemos. É preciso desenvolver tecnologias limpas e educar para o meio ambiente. Mas nesse contexto de crise, surgem figuras histriônicas, profetas do apocalipse, que no afã de defenderem a causa ambiental, a prejudicam, porque geram reações, resistências e até repulsa. Esse comportamento rendeu-lhes o apelido pejorativo de “ecochatos”. Não concordo com esse adjetivo e afirmo que isso é ruim para eles e ruim para a importante bandeira que imaginam sustentar.

Nessa toada, acusar de pronto a SMIC de negligência, como fez o ilustre parlamentar, em nada contribui e não repõe a sede da AGAPAN no seu lugar, só gera desinformação e aprofunda divergências. Já no dia, afirmei ao vereador e logo em seguida aos integrantes da AGAPAN que um alvará não se prestava àquilo, que provavelmente estávamos diante de uma atitude criminosa, fruto da ação de um particular, que nada tinha a ver com a Prefeitura, tampouco com alvará, o que hoje se confirma nas investigações. Inaceitável a acusação de negligência. Assim como o perpetrador usou um alvará, poderia ter usado qualquer outro documento, eis que de forma sub-reptícia enganou também a Junta Comercial do Estado e a Receita Federal.

Ao longo de 2010, foram concedidos 21.879 alvarás para 32.658 atividades econômicas, ferramenta importante para a formalização de micro e pequenos empreendedores e para o desenvolvimento econômico da cidade. Nesse universo, tomar um caso e a partir dele formar um libelo acusatório contra um instrumento desburocratizante, não é sério e não deve ser levado a sério. Desenvolvimento econômico e meio ambiente devem caminhar de forma harmônica, e é isso o que muitos radicais não conseguem enxergar.

Precipitado conta a mitologia foi Epimeteu, que sem pensar, abriu a Caixa de Pandora.

* Artigo publicado na edição de hoje do Jornal do Comércio.

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