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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Repúdio à visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad




















Utilizei o meu período de Comunicações da sessão plenária desta segunda-feira (09/11) para repudiar a visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, no dia 23 de novembro. Leia o discurso abaixo.

No momento, nós estamos na iminência de receber, no Brasil, nos próximos dias 23 a 26, o que há de pior, eu diria a escória da humanidade no dia de hoje, que é o Sr. Presidente – e falo “senhor” por um dever de educação, pois foi essa a educação que recebi de meus pais – da República Islâmica do Irã. Nada contra o Islã, muito antes pelo contrário; meu respeito a essa religião e a todos que a professam; nada contra nenhuma outra religião, mas as informações que temos do Irã são as seguintes: "... desde a posse do Sr. Ahmadinejad, em 2005, a situação dos direitos humanos no país piorou drasticamente, com elevado número de execuções, muitas delas por apedrejamento ou enforcamento públicos. Um esboço do código penal estipula a pena de morte por apostasia, isto é, para quem deixar o Islã. Os cristãos [que são a maioria no nosso País] e outras minorias religiosas têm sofrido severas restrições e perseguições. As autoridades iranianas também suprimem a liberdade de expressão e opinião, prendendo jornalistas, controlando publicações e a Internet, além de atividades acadêmicas. O Irã é promotor do terrorismo mundial e financiador do Hezb’Allah (o Partido de Alá, no Líbano) e do Hamas (na Faixa de Gaza). Essas duas milícias islâmicas radicais têm atacado Israel a mando do Irã e cometido inúmeras matanças de civis. [Aliás, foram essas duas milícias que provocaram a guerra que tivemos no início do ano passado, porque Israel se viu obrigado, sim, a se defender e a defender a sua população. É essa pessoa que nós estamos recebendo aqui! Pior do que isso: o Irã e grande parte do alto estamento dos seus ministros foram identificados e responsabilizados pelo atentado terrorista na AMIA, aqui ao nosso lado, a 1.200 km, em Buenos Aires, dois atentados a bomba que mataram mais de cem cidadãos argentinos que tinham como único pecado serem judeus. E foram dois prédios explodidos num concerto criminoso estabelecido a partir da articulação da embaixada do Irã, na Argentina, e sob o patrocínio do governo radical e extremista do Irã.

Ainda, eu quero lembrar que o Irá está numa corrida armamentista, com fins de obter a bomba atômica, e Deus nos livre de que isso possa um dia acontecer, porque a própria paz do mundo está em risco a partir de então. Para aqueles que gostam e respeitam as escrituras sagradas e a Bíblia, nunca é demais, lembrarmos o que dizem alguns profetas bíblicos.] É importante lembrar que o Irã (a Pérsia) tem grande destaque na Bíblia (veja os livros dos profeta Daniel, Ageu, Esdras, Neemias e de Ester). A Pérsia foi um dos impérios da visão da grande estátua do rei Nabucodonosor - interpretada pelo profeta Daniel, essa imagem representa todo o desenrolar da história das nações, até o estabelecimento do reino de Deus (Daniel 2, veja o Apocalipse). Os persas também são citados como aliados de Gogue na invasão de Israel ‘nos últimos dias’ (Ezequiel 38.5). Portanto, as profecias bíblicas [há os que acreditam e há os que não acreditam, mas eu me dirijo especialmente àqueles que acreditam] revelam o papel do Irã no cenário mundial e nos permitem entender o que realmente há por trás do comportamento atual desse país".

Eu não quero deixar de reconhecer que o Presidente do Irã tem tido, sim, uma postura messiânica, ele próprio se faz valer das escrituras bíblicas para se dizer um líder messiânico que vai varrer Israel do mapa. Ao estreitar os seus laços com ele, nós estamos nos distanciando, me parece, de tudo aquilo que há de mais democrático, de melhor no mundo. Não vamos nos esquecer de que, há poucos dias, no Encontro das Nações, em Genebra, todos, quando eu digo todos, são absolutamente todos os líderes dos países ocidentais, quando o Sr. Ahmadinejad começou a fazer o seu discurso, se retiraram da sala, vale dizer a Inglaterra, a França, a Espanha, para não falar dos Estados Unidos, porque a nossa esquerda marxista, infelizmente, faz esse discurso simplório, simplista, de aliar Israel, em um alinhamento incondicional e automático, aos Estados Unidos, acusando Israel de ser a ponta do imperialismo americano no Orienta Médio, o que é um absoluto e crasso equívoco, que só pode ser dito por aquelas pessoas que não entendem absolutamente nada de História e de Geopolítica.


Portanto, eu quero lamentar, de forma muito veemente, que, quando nós estamos, celebrando a reunificação da Alemanha; quando nós estamos olhando o fim do século das ideologias, e as mortes que elas infelizmente nos trouxeram – e é bom que tenhamos utopias, é e bom que persigamos constantemente uma justiça social longa e duradoura -, tenhamos ainda, no nosso seio, um discurso de ódio, um discurso de eliminação, um discurso de corrida armamentista, que só vão nos levar para aquele caminho que todos nós já conhecemos, que é o caminho das guerras, que é o caminho do ódio, que é o caminho do extermínio, que é o caminho da intolerância.

Eu quero, mais uma vez, lamentar a postura equivocada, especialmente do Sr. Marco Aurélio Mello, que é o Assessor para Assuntos Internacionais, e dizer que nós estamos nos associando com o que há de pior no mundo hoje, com a escória do mundo, com o Sr. Ahmadinejad, com o Sr. Chávez! Só falta, daqui a algum dia, nós fazermos um grande concerto com o Líder Muamar Kadhafi, com o Líder da Coréia do Norte, com o Sr. Chávez e com o Sr. Ahmadinejad. Realmente, com essas companhias, nós iremos muito longe.

Um comentário:

Jorge Ernesto disse...

Olá,

Senhor Nagelstein, eu gostei das suas críticas ao presidente do Irã,
que irá visitar o Brasil em novembro, o sr. Mahmoud Ahmadinejad.
Eu concordo com as suas críticas, mas receber alguém não significa necessariamente concordar com o que esse alguém diz. Em todo caso eu espero que o Lula também diga para o senhor Ahmadinejad, algo semelhante ao que o senhor disse.
Pelo que eu sei, Lula é um lider que prega o dialogo como forma de fazer política.

Um abraço para Vossa Excelência!

Jorge Ernesto Couto de Castro